Para fugir dos problemas nada como uma boa noitada com os
amigos, e o cérebro já no transe do álcool. Da Vila Madalena reduto da boemia em
São Paulo com direito a uma noitada no Jacaré Grill curtindo um bom som ao vivo
com bandas de pop-rock e Sertanejo
Universitário, até Vila Olímpia reduto das melhores baladas e com maior numero
de menina gostosa por metro quadrado que você pode ter no Estado de São Paulo,
não existe problema que supere a diversão.
Morar em São Paulo desde os dois
anos de idade e ter o padrão de vida que tenho, me permitiu curtir o que de
melhor a vida pode oferecer e proporcionar. Confesso que sem muita dificuldade
minha aparência sempre me proporcionou tudo, poder facilmente ter a menina que
eu quisesse, sem envolvimento, sem todo drama que um relacionamento traz -
para mim o número de beijos em uma noite é mais importante, esse negócio de amor
é algo que não acredito. Tenho minha mãe em casa todos os dias para me lembrar disto.
Apesar disso, eu tinha minha carreira de modelo que ia muito bem. Com muitos trabalhos dentro e
fora do Brasil. Por um tempo, eu sempre me neguei a seguir essa carreira. Era
cômodo apenas depender da minha mãe sem responsabilidades ou compromissos. Mas ser
modelo me proporciona algo que outras profissões não proporcionam. Poder estar
nas melhores festas, lugares e ainda ganhar por isso. Ser o centro das atenções sempre
me agradou e ser desejado ainda mais.
Meu pai nos deixou dois anos atrás
e foi para os Estados Unidos, geralmente a história clássica dos abandonos por
ai seria a de que, ele foi à padaria comprar cigarro e nunca mais voltou. Para
jogar a real e trabalhar com a verdade, não existe explicação. Ele apenas nos
deixou sem avisar, simples assim.
Mas vamos esquecer dessa parte,
quero iniciar minha história do momento em que tudo mudou. O marco zero, aquele
ponto onde a vida te chama de otário e te diz “Você não sabe de nada inocente”.
Aquele dia poderia ser como outro
qualquer, mais uma Sexta- Feira de muita curtição e bagunça com meus amigos.
Uma sexta para esquecer os problemas, beber até encher a cara e cumprir a meta
de beijos da noite. Mas a minha tranquila vida de Rei do Camarote foi
interrompida por um telefonema – eu geralmente deixo meu celular desligado para
evitar que minha mãe me atormente com os problemas dela e meus irmãos com a
choradeira deles, em casa é a mesma coisa, fecho a porta do meu quarto e fico
lá o dia todo em meio aos meus Jogos de PS4, no meu IPOD ouvindo minhas músicas ou dedilhando meu violão. - Na
rua, a única forma de me localizar sexta à noite, é através do celular dos meus
amigos.
- Mano! – gritou meu amigo Luiz
Fernando do outro lado da pista de dança. O Luiz era um dos meus melhores
amigos, sempre saíamos juntos. O Pai dele era dono de uma churrascaria na Vila
Madalena. Ele não chegava aos meus pés na hora da conquista e no quesito
beleza. Mas eu ajudava, pois amigo meu também merece dar uns beijos e se dar
bem.
- Fala cara! Não ta vendo que
estou ocupado? – Continuei dançando com a garota mais gostosa da balada que
tinha acabado de conhecer. Já estava encaminhada, depois dali a noite acabaria em
muito sexo dentro de uma hidromassagem.
Ele insistiu.
- Telefone para você mano, atende
parece importante, acho que é alguém da sua família.
-Cara desliga isso, não quero falar
com ninguém. Já não ligo meu celular pra isso. – Protestei, voltei a beijar a garota
e a ignora-lo.
-Brian, é serio cara atende. Se não
fosse urgente não estariam ligando. – Disse. Percebi a preocupação dele. Sai da
pista de dança e fui para um local onde o som não fosse tão alto e peguei o
celular da mão dele.
- Alô?
- Brian? – Era meu tio Mauro, de
imediato reconheci a voz.
- Tio Mauro? Aconteceu alguma
coisa? – Antes de ele me responder eu já estava curioso e um tanto preocupado,
pois meu tio não me ligava se não fosse algo muito serio, ainda mais em plena
madrugada. Nesse momento um frio subiu pela espinha e o tom da voz dele me fez
crer que algo estava errado.
- Preciso que você venha para casa
Brian, quando chegar aqui eu explico o que aconteceu. – disse, em um tom sério
e seco. Isso me causou certo estranhamento, me passou um questionamento pela
cabeça - o que meu tio estaria fazendo em São Paulo e ainda na minha casa se
ele morava em Santos? - além disso, meu tio sempre foi muito legal comigo e
meus irmãos, posso dizer que ele é o pai que eu e meus irmãos nunca tivemos
de verdade e sempre que ligava era pra saber como estávamos.
- Tudo bem Tio, estou a caminho.
Em menos de dez minutos já estarei em casa. – percebendo que seria inútil
esperar que ele me explicasse o que estava acontecendo, desliguei o telefone.
No bar do outro lado da pista de
dança meu amigo Luiz estava com a garota que eu estava ficando na balada, me
voltei para onde eles estavam e o chamei esticando os braços e pedindo para ele
vir até mim. Ele saiu do lado dela e caminhou em minha direção.
- Luiz, vou precisar ir pra casa
cara. – avisei.
- Por quê? O que houve Brian? –
questionou preocupado.
- Meu tio não quis me dizer, ele
pediu só que eu fosse para casa e que ele me explicaria lá. Então eu estou indo,
mas não queria dar muita explicação para essa garota, da esse dinheiro para ela
pegar um Taxi e inventa uma desculpa beleza? – Expliquei mesmo no fundo sabendo
que eu deveria ir conversar com ela e não o meu amigo, mas na verdade só queria
ir rápido para casa.
- Está certo irmão, vai lá, eu
resolvo. Só me deixe informado, se não eu vou ficar aqui preocupado. Se você
precisar de mim só me ligar. – Despediu-se apertando minha mão e depois
voltando para o bar onde a garota ainda aguardava.
Fui para o estacionamento da Boate
e peguei minha moto. Meu único objetivo agora era chegar em casa e saber o que
estava acontecendo. Em menos de dez minutos estaria em casa, o bairro de Vila
Olímpia fica muito perto dos Jardins onde moro. A cada parada no sinal, minha ansiedade
aumentava e uma pergunta dominava meu pensamento, o que será que aconteceu?
Chegando perto da minha rua
percebi uma movimentação estranha, muitos carros de Policia e muita gente na
rua. Conforme eu ia me aproximando, percebi que a movimentação se concentrava
mais em frente ao meu prédio. Ali percebi que meu pressentimento de que algo
estava errado havia de fato se confirmado. Restava apenas saber com quem, se
com algum dos meus irmãos, com minha mãe ou algum vizinho.
Havia alguns carros de emissoras
de TV do outro lado da Rua. A frente do prédio havia sido isolada pela polícia.
Estacionei a moto e me aproximei do cordão de isolamento.
- Licença! – me dirigindo a um
policial que estava logo na minha frente atrás do isolamento.
- Em que posso ajudar? – perguntou
o Policial
- Eu moro no 12º andar, preciso
passar! – enquanto ia me esgueirando por debaixo do cordão de isolamento.
- Calma ai Rapaz! Vou verificar!
Qual seu nome e numero do apartamento? – perguntou com uma voz ríspida.
- Meu nome é Brian eu moro no
apartamento nº 1212 no 12º andar!
- Ok! Mas Brian de que? –
questionou o Policial
- É Brian Smith Queluz!
- Tem algum documento ai com você?
– Retirei minha carteira de motorista e entreguei, o policial olhou para o
documento e para uma prancheta que estava na mão.
Sem falar nada. Com um gesto com a mão, pediu para
que passasse o cordão e pediu para que eu subisse que ele avisaria via radio para
que me autorizarem a passar. Depois que o policial autorizou eu subi, o frio na
barriga me acompanhava. Eu estava com um medo real do que me esperava. Pedindo
a Deus que nada tivesse acontecido de grave com meus irmãos ou com minha mãe. Mas
me lembrei de que não devia ter muitos créditos com Deus para pedir algo, minha
ficha devia estar suja.
Conforme o elevador subia e
aproximava-se do meu andar o frio na barriga aumentava. Conforme ia me
aproximando ouvia vozes, e ao abrir o elevador a porta da minha casa estava
aberta e la dentro alguns policiais. Olhei ao redor e meu tio Mauro estava no
sofá conversando com um deles.
Quando adentrei a sala todos se
voltaram para mim. Sem demora questionei.
- Tio o que houve? Por que esses
policiais estão aqui? – já com medo da resposta.
- Filho, precisamos conversar no
seu quarto. Vou te contar e preciso que você seja forte, seus irmãos vão
precisar de você mais do que nunca. – Disse com uma voz tremula. Mil coisas
horríveis passaram pela minha cabeça, ainda com a esperança de que nenhuma
delas se concretiza-se. Dirigimos-nos ao meu quarto. Meu tio fechou a porta e
sentou do meu lado na cama.
- Brian... – dando uma grande
pausa.
-O que eu tenho para falar é algo
difícil, só peço que você mantenha a calma. – A essa altura estava mais
impaciente, minhas mãos estavam geladas, algo aconteceu, não tinha mais como negar.
-Fala logo tio, para de dar
voltas! – Protestei com a voz alterada.
- Sua mãe... Se matou... Ela se jogou
da janela... Não tinha mais nada que pudéssemos fazer. – disse, com os olhos
cheios de lagrimas. Um silêncio soturno invadiu o quarto. Naquele momento,
fiquei paralisado. Não poderia ser verdade que aquilo estava acontecendo. Fiquei
encarando meu tio em silêncio.
- Brian, fala alguma coisa. Grita,
chora. Você escutou o que eu disse? – apertando minha mão.
- Tio ela fez o mesmo que o meu
Pai, nos abandonou. Não quero escutar mais nada. – Levantei e sai o mais rápido
que pude, conforme saia ouvia meu tio me chamar aos gritos. Mas tudo que eu
queria era sair dali.
- Brian! Calma! Não foi isso! Ela
deixou uma carta! Ela estava sofrendo e perdida! Volta aqui! Brian! – Meu tio
gritava, e conforme o elevador ia descendo a voz dele ficava mais
imperceptível.
Já no portão do prédio, uma
multidão de curiosos se amontoava. Era obvio que a notícia da rica suicida
tinha se espalhado pelas redes sociais e na imprensa. Não queria ser
reconhecido como filho de uma suicida, não queria ser reconhecido como o filho
dessa mulher que decidiu enfrentar os problemas tirando a própria vida sem
pensar nos filhos que estava deixando. Até poderia ser um pensamento egoísta meu,
mas a verdade é que minha mãe descontou em nós a frustração de ter sido abandonada, a egoísta era ela.
Sai pelo portão dos fundos e peguei minha moto. Dormir em um hotel era a melhor saída naquele momento. Minha saída desse pesadelo. Só queria sair dali. Tendo como destino a Avenida Paulista, lá eu acharia um hotel em que pudesse tomar um banho e dormir. É a vantagem de se ter um cartão de crédito na carteira. Desliguei o celular. A última coisa que queria era receber ligação de pêsames pela morte de alguém que mentiu toda vez que me olhou nos olhos e disse que eu era a coisa mais importante para ela.
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OBSERVAÇÃO: Como ainda o livro está em processo de escrita, o texto acima pode ser alterado, sempre que isto acontecer deixarei sinalizado. O texto ainda não foi revisado por um profissional especializado, o que estou postando aqui é o manuscrito.
Aceito sugestões e criticas, são muito bem vindas.
Os Capítulos serão postados semanalmente, caso ocorra algum imprevisto eu aviso nos perfis oficiais.
Confieso que estaba ansiosa por leerlo y te aseguro que me gusta mucho tal y como está!! Enhorabuena amigo mío. Ya vuelvo a estar ansiosa por el próximo capítulo. Saludos y gracias por compartir esa gran historia con nosotros. Besitos
ResponderExcluirObrigado Leo, Pelas palavras e pelo apoio. fico muito feliz. Um forte abraço em todos ai na Espanha.
ExcluirPrendeu bastante a minha atenção. Não vejo a hora dos próximos capítulos para acompanhar o Bryan nessa jornada.
ResponderExcluirObrigado Felipe, Nos próximos episódios a vida dele sofrerá uma guinada.
ExcluirAguardando ansiosamente pelos próximos capítulos. Parabéns pela iniciativa.
ResponderExcluirObrigado pelo apoio. <3
ExcluirTá muito boa mano, o texto me prendeu do começo ao final e eu peguei todas as referências pop KKKKKKK
ResponderExcluirQue bom mano, fico feliz.
ExcluirEu tenho 3 capítulos prontos.
Dia 12/09 eu posto o 2° que tbm é do Brian.
Prendeu minha atenção , ansiosa pro próximo capítulo
ResponderExcluirQue bom! obrigado pelo apoio! Quinta às 19h sai um novo Capítulo.
ExcluirAmei o primeiro capítulo!! Brian prendeu mto minha atenção querendo descobrir como ia terminar esse capítulo.
ResponderExcluirDepois de uma semana, ansiosa aguardando o capítulo II e III
Hoje as 19h sai!
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