Capitulo III - Beatriz - Mudanças e incertezas

Caminhar pela Times Square com um dia lindo desses sem ser reconhecida era praticamente um milagre. Pensando bem nem tanto, disfarçada qualquer Diva da musica viraria uma cidadã nova-iorquina comum. Durante a minha caminhada, comecei a escutar alguém gritando um nome, de inicio era somente um sussurro, mas aos poucos o volume aumentava...
- Beatriz! Acorda menina! Beatriz! – A voz estava presente em toda parte, as pessoas na rua começaram a olhar assustadas para os lados sem entender da onde vinha a voz.
- Beatriz! Acorda! – Abri os olhos e minha mãe olhando para minha cara com uma expressão nada agradável.
- Você é difícil de acordar hein? Meia hora te chamando e nada. – disse ela, já bem revoltada.
- Desculpa mãe, acho que estava sonhando. – justifiquei.
- Sonhando com o que? Com a morte da bezerra? – questionou, soltando daquelas famosas frases e perguntas de mãe irritada que escutou a mesma coisa da mãe dela, que escutou da avó dela...
- Eu sonhei que estava em Nova York, andando pela Times Square. Mas ai o Mundo começou a ser invadido pelos gritos de um ser espacial chamado Débora! – brinquei aos risos
- Me respeita menina. Esta me chamando de E.T é? – questionou.
- Não Mãe, jamais faria isso, eu chamar a senhora de Etevalda? Nunca! – disse aos risos.
- Muito engraçadinha a senhora, vamos levantando e arrumando essa cama. – dizia ela, enquanto abria as janelas e retirava o cobertor no qual eu estava coberta.
Faltavam duas semanas para o inicio das aulas. Estava triste, iria começar a estudar em uma nova escola. Antes morava na região da Zona Noroeste de Santos, lá já estava acostumada e tinha amigos e uma vida. Minha mãe conseguiu um apartamento por um aluguel de valor mais em conta do que pagávamos lá. O prédio em que eu  iria morar seria o de um conjunto habitacional da antiga COHAB hoje CDHU no bairro da Encruzilhada. Já a escola que iria estudar ficava na mesma rua, a Guedes Coelho, rua que cortava a Avenida Washington Luiz onde fica localizado o Canal 3 e se estendia até a Avenida Ana Costa, umas das avenidas mais importantes de Santos. A cidade possuía ao todo sete canais centenários construídos para melhorar a drenagem com relação às chuvas.
A escola que iria estudar chamava-se Professor Cleóbulo Amazonas Duarte, era administrada pelo estado. Por curiosidade cheguei a pesquisar sobre esse tal Cleóbulo. Um pouco é claro por curiosidade, e um pouco para ficar precavida, vai que caísse em alguma prova ou teste, já por outro lado eu nunca tinha ouvido um nome como esse. O nome Cleóbulo só me fazia lembrar de uma coisa, Cleópatra. A última governante do Reino Ptolemaico do Egito.
Segundo minha pesquisa o Cleóbulo foi advogado, professor e até contribuiu para alguns jornais de Santos como "A Tribuna" e “A Gazeta Popular”. Também recebeu o título de Cidadão Santista, conferido em sessão solene da Câmara em 1963. Realmente se tratava de uma personalidade importante para história da cidade. Diferente de mim, o falecido Cleóbulo era popular.
Já há alguns dias, tinha um pressentimento de que algo muito bom iria acontecer. Deveria me sentir triste devido toda mudança que estava passando. Deixar os amigos que fiz na antiga escola e começar do zero em outra, me preocupava muito, tive muitas dificuldades de me adaptar na antiga escola e a minha sociabilização com outras pessoas demorou a passos bem lentos e penosos.


Lembro-me que até na forma de me vestir fazia questão de ser a garota mais sem graça possível, - não que eu ainda não seja – Mas a missão era ser invisível e não chamar a atenção. Foi então que conheci a Priscila e a Gabriela e as duas me ajudaram a ter um pouco mais de autoestima. Não era nada comparado ao comportamento delas, pelo menos eu tentava interagir e a me vestir melhor e não com roupas tão largas que poderiam caber duas pessoas dentro.
Depois de escovar os dentes, fui tomar meu café. Eu e minha mãe iríamos até o Centro Comercial para comprar meu material escolar. Não precisava de muita coisa, pois já estava no ensino médio, mas como eu iria recomeçar do zero, cadernos, canetas e uma mochila nova não seriam nada mal. Assim que me sentei à mesa, minha mãe estava colocando a garrafa térmica com café fresquinho, tinha uns pães de queijo, geléia de morango e médias quentinhas. 

Por falar em média, chamar o pão francês de média era algo tipicamente caiçara, na Baixada Santista, região metropolitana do litoral do Estado de São Paulo. Geralmente é pelo nome de média que nos referíamos ao pão, esse costume uma vez me fez passar vergonha em uma viagem que fiz para casa da minha madrinha na Capital. Inocentemente pedi seis médias, mas a balconista que me atendeu entendeu que eram seis cafés puros, resultado: quase sofri uma overdose de cafeína.
Minha mãe depois de colocar a mesa sentou-se e desatou a falar da minha nova escola. Minha mãe era o próprio FBI, não tinha nada que ela não sabia do bairro, da vida dos outros e do que acontecia no país. A vizinha brigou com o marido e jogou a mala pela janela, minha mãe não tinha somente acompanhado a cena, ela sabia o porquê, como e para onde o marido escorraçado tinha ido depois do fatídico pé na bunda.
-Beatriz, me disseram que essa escola é a melhor escola Estadual da região. – disse ela enquanto cortava o pão.
- O que ela tem de diferente das outras escolas Mãe? – perguntei, já no aguardo da descrição detalhada que minha mãe faria da escola. Para minha mãe uma pergunta era sempre a oportunidade de falar pelos cotovelos como se não houvesse amanhã.
- Então... A escola é enorme filha, ocupa um quarteirão inteiro, tem laboratório, biblioteca, sala de musica, sala de teatro, piscina... - E uma quadra poliesportiva e vestiários também! – Dando uma breve pausa para respirar.
- Nossa Mãe, tem certeza que essa escola é Estadual mesmo? – Minha escola antiga não tinha nem metade disso. Fiquei chocada. – Naquela altura já estava impressionada, essa escola era muito boa para ser verdade. Realmente nunca tinha ouvido falar de uma Escola Estadual com uma estrutura tão legal.
- Claro que sim, quando eu te matriculei a diretora me levou para visitar a escola. Ela me disse que as vagas são muito disputadas. A escola tem essa estrutura graças ao esforço da própria comunidade que mora no entorno. – Dizia empolgada entre uma mordida e outra no pão.
- Nossa que legal mãe! Eu estava muito apreensiva com esta mudança toda. Mas algo aqui dentro me diz que minha vida vai mudar drasticamente nessa escola.
- Sim filha, a diretora estudou em escola americana e muito do método de ensino e a estrutura em si é uma inspiração do ensino de lá. Para você ter uma ideia, todos os alunos também alem dos livros e cadernos, tem direito a um armário para o ano todo. A Escola tem apoio financeiro mensal de cerca 90% dos pais e a Diretora ainda instalou dois outdoors que geram uma receita de 20 mil reais. – Explicou.
- Entendi Mãe, prometo que vou tentar me adaptar. Mas ficar sem minhas amigas será muito difícil.
- Eu sei filha, mas eu estou feliz por você estar disposta a se esforçar em se adaptar. Toda mudança é difícil. Mas você é uma menina linda e muito inteligente. Lembre-se do que seu avô dizia, não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor que se adapta às mudanças. Então tente se adaptar a nova situação. Tenho certeza que vai tirar de letra. – Disse ela de forma carinhosa, terminando com um longo abraço e um beijo na testa.
- Te amo mãe!
- Também te amo filha, nunca se esqueça disto.
Depois de tomar café, fui tomar banho. Eu já tinha lavado meu cabelo na noite anterior. Só iria tomar uma breve ducha e me trocar. Queria comprar logo meu material e chegar o mais cedo possível em casa. O BTS iria fazer seu Comeback com seu mais recente MV, “Boy With Luv”. Era uma parceria com a cantora americana Halsey e devido a isso eu estava ansiosa para conferir o resultado. O BTS era uma das minhas bandas de K-POP preferidas eles fizeram seu Debut em 2013, conheci o K-POP através das minhas amigas. Elas me incentivaram muito e inclusive por causa desse amor que peguei pelo K-POP eu entrei em uma escola que ensina a dançar. Minha amiga Gabi tem tentado me convencer a gravar um vídeo com ela e minha outra amiga dançando, mas eu sou muito tímida para isso.
Analisando, acho que posso definir minha vida antes e depois do K-POP. Como já mencionei, tinha graves problemas de relacionamento, a morte do meu irmão mais novo nos meus braços me afetou muito. Ele se chamava Bruno, tinha Síndrome de Down, éramos grudados. Meu irmão me ensinou muita coisa, muita gente olha e enxerga apenas as limitações. O Bruno era um menino meigo, sempre com um sorriso no rosto e que todo dia trazia uma lição diferente. Quando olhava para ele, me perguntava: Como alguém alheio a uma sociedade preconceituosa e tão escassa de políticas publicas para pessoas com deficiência, conseguia superar as dificuldades e limitações dia após dia?
Infelizmente, em um dia em que estávamos em casa sozinhos. Meu irmão sofreu uma convulsão, eu desesperada em sem saber o que fazer, não consegui salvá-lo. Foi o dia mais terrível de toda minha vida. Ainda me sinto culpada, essa dor me corrói toda vez que lembro. E Confesso que quase entrei num estado de profunda depressão. Mas minhas amigas e o KPOP me salvaram, as musicas, os vídeos, os Shows me fizeram descobrir uma nova forma de sorrir. Foi ao que me agarrei para seguir em frente.
Mesmo com tudo isso que recebi da vida como um alento aos momentos de tristeza, sentia que ainda me faltava algo. Minhas amigas diziam que faltava um grande amor, um amor intensamente épico acontecer na minha vida. Confesso que não pensava muito nisso, nunca despertei sentimentos nos garotos que não fosse amizade ou vontade de rir das minhas roupas.
Sempre encarei a vida sem perspectivas, não sei se foram as perdas acumuladas durante minha vida. Primeiro meu pai morto em um acidente quando tinha 07 anos ou a do meu irmão. Mas no fundo eu não queria decepcionar minha mãe, ela já havia sofrido muito e não queria que um relacionamento que não desse certo me fizesse sofrer e a ela também. Sempre fui alguém que viveu tudo intensamente e sempre me joguei de cabeça desde amizades, até algo que me proponho a fazer. Eu acredito que possa existir um amor de verdade, um amor que possa preencher o que falta e ocupar o que precisa, me fazendo esquecer a dor. Um amor que traga mais emoção para minha vida.
Tinha apenas duas semanas para aproveitar o resto de férias. Pegar uma praia com minhas amigas e ir ao shopping comer ou curtir um cinema é uma boa pedida. Depois que cheguei do Centro com minha mãe com todo meu material escolar comprado. Lembrei que no Cinema estava em cartaz um filme de uma saga de livros que eu amava, se chamava “Fallen”, era um livro da escritora norte-americana Lauren Kate, além disso, teria no elenco o ator Jeremy Irvine, meu maior crush de todos os tempos. Se já não era bom demais, ainda tinha o fato de ele interpretar no filme o personagem que mais amava no livro, o Anjo Caído Daniel.
Eu sempre fui apaixonada por ler romances épicos e clichês. Não que a história por ser clichê seja algo ruim. Hoje essa palavra virou algo negativo e pejorativo, mas algo ser clichê esta longe se ser algo ruim. Essas histórias me proporcionavam a chance de imaginar o amor ideal, épico e apaixonante. Permitiam que algo que considerava como intocáveis e impossíveis se realizassem na minha cabeça, em mundos, épocas e situações diferentes. Confesso que a leitura sempre foi minha companheira, sempre levo um livro na bolsa e sempre estou lendo nas horas vagas e nos intervalos da escola. Se não estou com um livro na mão eu estou com meu fone ouvindo minhas músicas preferidas, praticamente esses dois itens fazem parte do meu vestuário. Mas era melhor deixar os livros de lado pelo menos nessas duas semanas que faltavam para voltar para a escola, ou melhor, para voltar para uma nova escola.
O telefone toca. É a Gabi.
- Heloooo! Quem me incomoda? – atendi.
- Sou eu querida, a amiga mais linda e maravilhosa que você tem. – A Gabi era a menina mais convencida que conheci em toda minha vida, nunca vi ela triste ou deprimida por algum problema de autoaceitação ou insegurança. Para alguém como eu toda complexada a Gabi era como uma espécie de cura contra a falta de autoestima.
- Ah ta! Lembrei! Oi amiga! Partiu praia? – disse, já bem animada e aos risos. Claro que a Gabi toparia, pessoa mais rolezeira que ela estava para nascer.
- Obvio né! Não aguento mais ficar em casa. – disse ela.
- Como que você não aguenta mais ficar em casa? Você saiu ontem com aquele garoto da sua rua. – Protestei.
- Amiga nem me fala desse traste! – disse, com a voz alterada.
- Por que? Aconteceu alguma coisa? – questionei.
- Ele me buscou em casa no horário combinado. O encontro já começou a ir por água abaixo daí. Sem carro ou moto. Tive que pegar ônibus toda produzida, eu achei que aquela moto que ele ia para a escola era dele. - Ela fungou, em um caso claro de decepção e frustração.

Me segurei para não rir.  Apesar de não ter uma conta bancária com saldo considerável, a Gabi sempre procurava sair com garotos que no mínimo tivessem condução própria, não só pelo status, mas também para que ela não precisasse gastar o salto andando depois de curtir a balada. - Amiga isso é só um detalhe. Afinal, vocês iriam fazer um passeio por Santos mesmo. – tentando amenizar a decepção dela.
- Beatriz eu ainda não terminei de te contar tudo. Ele me levou para comer em um restaurante e adivinha? Ele veio com a famosa desculpa de que esqueceu a carteira. Resultado, eu tive que pagar com meu cartão de crédito. – disse ela revoltada.
- Ai amiga, que mancada dele hein?! - tampei o telefone para ela não ouvir meus risos;
- Depois do restaurante, fui pra casa. Não adianta ter corpo e rosto bonito e eu ter que ficar bancando marmanjo. E a fila como sempre anda. Mas pelo menos beijava muito bem.
- Viu, então não foi totalmente ruim! – comemorei. Meu Sarcasmo estava latente.
- Bom amiga, vou chamar a Priscila e vamos juntas. Encontre-nos em frente ao Canal 3 às 14h. Leve protetor solar, pois eu estou sem. Com a conta que tive pagar ontem fiquei sem saldo no cartão. E também tenho uma notícia boa para te dar. – disse ela, já me deixando curiosa.
- Me fala o que é, você sabe que detesto suspense Gabi. - Reclamei.
- Não, eu vou te falar quando chegar à praia. E vamos parar com esse papo, se não vamos nos atrasar e eu não quero chegar na praia muito tarde, quero poder aproveitar. – disse ela desconversando sobre a tal surpresa.
- Tudo bem vou me arrumar então, às 14h estarei esperando vocês lá.
Desliguei o telefone e comecei a arrumar minha sacola de praia. Além do protetor solar e toalha, não poderia faltar minha canga. Mostrar meu corpo pra todo mundo ver, estava fora de cogitação. 
- Você vai aonde filha? – Perguntou minha mãe depois de me ver no quarto me arrumando.
- Vou à praia com a Gabi e a Priscila, depois se der vamos comer no Shopping e pegar um cinema. – Já imaginava que minha mãe faria uma lista de exigências. Apesar dos meus 17 anos, para minha mãe sempre seria uma criança que precisa de autorização e horários para cumprir com sério risco de receber um castigo caso descumprisse alguma dessas exigências.
- Quero você em casa às 22h em ponto mocinha! 
- Tudo bem mãe! – Terminei de me arrumar. Peguei a minha sacola e fui ao encontro das meninas. 

Durante o percurso tentava imaginar que surpresa era essa que a Gabi tinha. Da ultima vez que ela disse que tinha uma surpresa, me presenteou com algo inusitado que ela comprou em um Sexy Shop. Ela alegou que já que eu não tinha uma vida sexual movimentada. Aquilo me ajudaria a resolver pelo menos em partes o problema. É claro que não aceitei aquele negócio bizarro. Não acreditava em amor artificial, imagine em sexo artificial. Definitivamente não era minha praia. Nem vida sexual eu tinha, nem nunca tive. Homens só pensam em sexo, o romantismo estava escasso.
Chegando à Praia, fiquei aguardando no local marcado. Depois de dez minutos as meninas apareceram. A Gabi usava um micro biquini verde que mostrava o corpão que ela tinha para quem quisesse ver. O cabelo dela era bem liso e preto, a Gabi me lembrava muito a Pocahontas. Acredito que a família dela descende dos povos indígenas ou quem sabe de povos asiáticos, ela realmente era muito bonita e tinha muita facilidade com os homens. Geralmente os garotos da escola me usavam de ponte para chegar nela, Sim eu era uma DUFF, descobri isso assistindo um filme de comédia.

Já a Priscila estava de maiô, ela não se escondia como eu, e era tão chamativa quanto a Gabi principalmente pelo cabelo pintado de um lilas cintilante., sem duvidas era lindíssima também . Acredito que o fato delas dançarem ajudava muito a manter o corpo. Além disso, eram ratas de academia. Fazia três meses que eu estava indo junto com elas me exercitar. Confesso que comecei a me sentir bem melhor e mais bem disposta.

- Oi meninas! Bora pegar um bronze! – Disse a Gabi toda animada.

-Você trouxe o protetor solar Bia? – questionou a Prisicila.

- Trouxe sim! – respondi

- Mas antes quero saber que surpresa é essa do qual você falou Gabi. Desembucha. – disse. Não perdi tempo, queria saber o que a Gabi estava aprontando e que surpresa era essa. Logo para quem ela foi fazer suspense, logo eu que odeio suspense.

- Amiga é uma notícia muito boa. Foi uma decisão minha e da Pri. – Eu já estava agoniada e a Gabi continuando com o suspense.

- Fala logo criatura! – Já nervosa.

- Calma amiga... Então... Nós resolvemos unir o útil ao agradável. Nós escutamos falar muito bem da escola no qual você vai estudar. Então, nós resolvemos ir com você para essa nova escola, vamos continuar juntas.

Eu pulei em cima das duas e abracei o mais forte que pude.
-Calma menina quer nos matar sufocadas? – Reclamou ela.

- Poxa meu, eu toda triste achando que teria que enfrentar aquela escola sozinha sem ninguém conhecido e vocês me jogam essa noticia na cara assim. Eu estou muito feliz e aliviada. – Apesar de feliz pela noticia, sabia que da Zona Noroeste para a encruzilhada era uma distancia grande para vir todo dia. Com esse gesto elas realmente se mostravam ótimas amigas. Mas não queria que se prejudicassem e atrapalhassem a vida delas por minha causa.

- Mas Gabi, a Zona Noroeste é longe, vai ser complicado para vocês todo dia acordar mais cedo que acordavam e pegar ônibus. Eu fico feliz por vocês estarem pensando em mim. Mas não quero que vocês atrapalhem a vida de vocês. E como vocês conseguiram vaga se minha mãe falou que é super disputado? – Disse preocupada.

- Fica tranquila amiga. Meu pai vai nos trazer de carro todo dia. Ele trabalha na Avenida Ana Costa. Não vai alterar em nada a nossa rotina, fica despreocupada. Respondendo sua pergunta sobre a vaga, foi a amiga da minha mãe que conseguiu, ela é Diretora de Ensino na Região da Baixada Santista, ela que controla todas as escolas estaduais da região. – Fiquei mais aliviada.

- Chega desse assunto, vamos aproveitar a praia e depois vamos comer pra comemorar. Cleóbulo! Aqui vamos nós! – disse, erguendo meu braço e o da Priscila junto com o dela.

- Meninas! Não quero perder o Comeback do BTS, vai ser hoje! – disse animada

-Bia, o MV sai só as 01h da manhã. Esqueceu que é lançado seguindo o fuso horário da Coréia do Sul. A gente tem muito tempo para aproveitar não se preocupe. – Respondeu ela.

-Verdade, tinha me esquecido desse detalhe. - Concordei.

- Ah ! outra coisa, você já colocou os posters do BTS que te dei no seu quarto? - Perguntou ela. Lembrei que tinha me esquecido de mandar uma foto de como tinham ficado na parede.

-Claro que coloquei né! Só de visualizar esses príncipes todo dia que acordo já levanto mais bem disposta, e o Jimim e o Jungkook estão lindos! Meus Bias ! Meus homens! - Respondi aos suspiros - Pera ai que vou te mandar a foto no seu celular. - Avisei.

- Ficou lindo!! Nem deviam se chamar BTS! Deviam se chamar Maravideuzos do K-pop! - disse ela.

Agora era só esperar essas duas semanas.
Depois de sentir a agonia de estar mudando para uma escola que não conheço, a notícia da Gabi me renovou o ânimo e agora eu estava mais ansiosa do que nunca. E o pressentimento de que algo bom estava para acontecer estava ainda mais forte dentro de mim. Mas por enquanto decidi não pensar nisso e aproveitar o resto de férias que ainda tinha. Em uma semana isso tudo acabaria.
Por hora só me interessava aproveitar a praia e mais tarde saber como ficou o MV do BTS com a Halsey. Estava mega Ansiosa! 

 BTS - Boy With Luv feat Halsey



Glossário:
Comeback: Quando as bandas de Kpop depois de uma pausa voltam a ativa e lançam novo álbum é chamado de Comeback.
MV: O mesmo que vídeo clipe.
K-POP: Musica Pop Coreana.
Debut: Quando uma banda de K-POP se lança no mercado, significa que ela esta debutando, estreando.
Bias: Integrante preferido de um grupo de K-POP
BTS: também conhecido como Bangtan Boys é um grupo sul-coreano estreado pela Big Hit Entertainment em 2013. Esse grupo é tipicamente K-Pop, é composto por sete membros: JinSugaJ-HopeRMJiminV e Jungkook.
DUFF: Sigla de desengonçada, útil, feia, fofa. Meninas ou meninos que são nerds, feios ou gordos com amigas (os) super-gatas (os) que são acessíveis até demais vazando informações dos amigos sem querer. Todo grupo de amigos tem uma (um) DUFF. Em qualquer idade, uma DUFF ao lado das amigas as deixa mais bonitas. Não é necessariamente regra que a (o) DUFF tenha todas as características da sigla.

Contribua para a publicação desse Romance!
Apoie um Autor Independente!
Acesse a Vakinhahttp://vaka.me/701304
*caso o link não abra cole diretamente no seu navegador.

OBSERVAÇÃO: Como ainda o livro está em processo de escrita, o texto acima pode ser alterado, sempre que isto acontecer deixarei sinalizado. O texto ainda não foi revisado por um profissional especializado, o que estou postando aqui é o manuscrito. Aceito sugestões e criticas, são muito bem vindas.
Os Capítulos serão postados Semanalmente, caso ocorra algum imprevisto eu aviso nos perfis oficiais.

2 comentários:

  1. Meta do domingo concluida con éxito! Conseguí leer tudo de novo sozinha e sem que ninguen me atrapalhe. Agora volto a estar ansiosa para o próximo capítulo de nuestro modelo e estou super curiosa pela nuestra estudante do CAD. Confeso que chorrei. Me veio muitas lembranças do passado Cleóbulo.

    ResponderExcluir