No dia seguinte, as 08h da manhã em ponto. A camareira bate na porta
para entregar o café. Eu havia deixado previamente avisado que
gostaria do café da manhã no quarto. Como desliguei o celular, a camareira é quem iria me
despertar.
Antes do café, um banho. Conforme a água caia pela minha
cabeça e meu corpo. Percebi que o melhor a fazer era sair de São Paulo. Faz um
tempo que queria fazer uma viagem para o Chile, me afastar seria o melhor a
fazer. Não queria ir ao velório e ver meus irmãos sofrerem ou minha foto saindo nos jornais. Questionava-me se tudo que estava
fazendo era egoísmo da minha parte. Mas quando lembro o que sofri quando meu
pai nos abandonou, as brincadeiras vindo dos meus colegas e a indiferença da minha mãe, me recusava a passar por isso novamente.
Como estava sem muito dinheiro liguei para o Luiz. Ele poderia
me emprestar a grana necessária para minha viagem. Pedir para meu Tio, estava
fora de cogitação. Ele perguntaria onde estava e me obrigaria a participar do
velório. Definitivamente não queria isso.
Liguei o celular e constavam mais de vinte e cinco mensagens
na caixa postal. Procurei o telefone do Luiz e chamei. Depois de apenas um
toque ele atendeu.
- Brian! onde você esta irmão? - perguntou ele
- Eu estou em um hotel, preciso de um favor seu. – Esperando
que ele não insistisse por mais informações do meu paradeiro.
- Cara, seu tio está louco atrás de você. Todos os jornais
estão falando do que aconteceu com sua mãe, eu tenho aqui o endereço onde esta
acontecendo o velório dela deixa eu te passar. – antes que ele pudesse começar
a falar onde estava o drama, interrompi.
-Luiz, não quero saber!
- Como assim você não quer saber?! Você esta louco? era sua
mãe! – Senti um tom de incredulidade, nunca tinha contado para meu amigo dos
meus problemas com minha mãe e da minha família. Para o Luiz eu era o melhor
exemplo de amigo conquistador e "Rei da Balada", alguém com uma família perfeita
e rica. Provavelmente além de surpreso, ele também estava me considerando um
monstro ou alguém frio e egoísta.
- Como você disse era. Eu não vou ao velório. Não quero minha cara nos jornais, isso vai queimar meu filme. Eu vou dar um tempo fora de São Paulo e do País.
- Irmão, fugir não vai diminuir seus problemas e nem a sua
dor. Seus irmãos precisam de você! – protestou.
- Luiz, você é meu amigo ou não é? - questionei.
- Claro que sou! Que pergunta. – respondeu ele.
- Nesse momento eu preciso da sua ajuda e não de você me
cobrando. Se você não puder me ajudar me avisa eu desligo e procuro outra
pessoa. – já com a voz exaltada.
- Não, tudo bem, eu te ajudo. Você deve saber o que está
fazendo. Prometo guardar minha opinião, não vai adiantar mesmo. Do que você
precisa?
- Deposita R$ 5 mil reais na minha conta, eu acredito que
seja o suficiente para viajar por um tempo. Eu te devolvo assim que ficar responsável pelos bens da minha mãe. Com o cartão de crédito vou
conseguir complementar e comprar algumas roupas e me alimentar. Pretendo ir
para o Chile. E de lá se der visitar outros países. Ai quando a poeira baixar
eu volto e te devolvo essa grana. Sei que ele vai falar um monte no meu ouvido, mas será o menor dos
males. – expliquei, sentindo que no fundo meu tio ficaria bem decepcionado
comigo, mas minha decisão estava tomada.
- Ok irmão, mais alguma coisa? – perguntou
- Não só isso, Obrigado pela ajuda. Daqui a pouco vou te passar os dados para deposito. Nessas horas que sabemos
quem são os amigos de verdade. – Agora bastava apenas esperar o deposito do
Luiz e partir.
No dia seguinte já no Aeroporto Internacional de Guarulhos, me dirigi ao guichê para comprar minhas passagens. Seriam pouco mais de quatro horas de viagem sem escalas para Santiago. Não via a hora de chegar lá, relaxar e esquecer de todo o drama que estou vivendo.
No dia seguinte já no Aeroporto Internacional de Guarulhos, me dirigi ao guichê para comprar minhas passagens. Seriam pouco mais de quatro horas de viagem sem escalas para Santiago. Não via a hora de chegar lá, relaxar e esquecer de todo o drama que estou vivendo.
O Aeroporto estava bem movimentado e a fila para o embarque
gigantesca. Depois de trinta minutos finalmente chega minha vez. A cara do
atendente do guichê não era das melhores.
- Oi Bom dia! Quero uma passagem para Santiago no Chile. – Solicitei,
já apresentando minha CNH, essa era a vantagem de se viajar pelos países do Mercosul, sem a necessidade de passaporte e toda aquela burocracia.
- Ida e volta senhor? – perguntou o atendente sem olhar para
a minha cara.
- Sim, com retorno para daqui duas semanas. – respondi. Não tinha pensado muito em quanto tempo ficaria lá, a grana que eu tinha não
dava para muito tempo de viagem. Precisava ser realista, só poderia resolver
sobre a herança e a administração de bens e as contas da minha mãe quando
voltasse.
Depois de impresso o bilhete, fui em direção ao portão de embarque. Ainda não estava liberado. Fiquei uns dez minutos esperando no saguão do aeroporto. Queria aproveitar a viagem para dormir, não tinha pregado os olhos à noite
toda. Depois que liberaram o acesso já dentro do avião, fui para meu assento e retirei meus fones da mochila.
Nada melhor do que relaxar escutando uma playlist de rock anos 90.
Chegando a Santiago, da janela do avião eu já conseguia
avistar a placa identificando o Aeroporto Internacional “Comodoro Arturo Merino
Benítez”, meu tio disse que o aeroporto levou o nome do fundador da Força Aérea
Chilena. Eu sempre acreditei que minha mãe me mandava com meus irmãos uma vez por mês
para a casa do Tio Mauro, pois voltávamos cheios de conhecimento, ele incentivava muito a leitura e por ter sido ex-professor de História, nos
ensinava muito sobre a cultura e a história de diversos países. Confesso que isso me ajudava com as garotas, principalmente
para bancar o culto no meio de um passeio pelo centro histórico de São Paulo ou
quem sabe ao passar em frente ao MASP. Não que realmente eu precisasse, nenhuma
garota que conheci disse não para mim. Mas não custava ganhar terreno, quanto
mais intimidade e mais impressionadas elas ficavam, maior era a chance de eu
leva-las para cama e terminar bem a noite.
Avistei o primeiro Táxi que vi, entrei e indiquei o Hotel.
Iria ficar no Chile por duas semanas, mas queria ficar em um local confortável.
Com piscina, Café da manha, uma banheira legal para relaxar. O
Hotel DoubleTree by Hilton, seria o destino ideal.
Chegando ao hotel fui até o balcão de atendimento, mais uma vez era um cara. Diferente do Aeroporto, esse tinha uma cara melhor.
Chegando ao hotel fui até o balcão de atendimento, mais uma vez era um cara. Diferente do Aeroporto, esse tinha uma cara melhor.
- Oi Boa tarde! Gostaria de um quarto, por favor, para duas
semanas. – Disse. Enquanto eu procurava o
cartão de crédito na minha mochila.
- O Senhor prefere quarto com cama de Casal ou de Solteiro?
– perguntou o atendente.
- Pode ser de casal mesmo. – Respondi, já imaginando as
chilenas que traria para a diversão no fim de noite. O turismo pela noite
chilena também estava no meu roteiro de viagem é claro.
- Insira o cartão de crédito senhor. – indicou o atendente
apontando para a maquina de cartões em cima do balcão. Depois que coloquei o
cartão, iniciou o processamento. Depois de um tempo apareceu uma mensagem:
CARTÃO RECUSADO
- Senhor, o cartão esta dando como recusado. - informou ele.
- Como Recusado? Tenta novamente. Não é possível, eu
utilizei para comprar minhas passagens. Ele estava funcionando normalmente.
– protestei. O Atendente passou o cartão novamente e
apareceu a mesma mensagem.
-Senhor, infelizmente não esta aceitando. Se o senhor não tiver
outro cartão, pode efetuar o pagamento em dinheiro. – disse ele. Eu
tinha o dinheiro que peguei emprestado do Luiz, mas era para comprar roupas,
comer e visitar os pontos turísticos. Não tinha como eu resolver a questão do
cartão por telefone, meu cartão era um cartão adicional da minha mãe que ela havia pedido no meu nome depois de muita insistência minha..
Percebi
que não havia alternativa, teria que pagar em dinheiro. Não ia poder ficar o
tempo que planejei. Em uma semana já estaria de volta para a vida real, de volta ao Brasil. Tinha um pressentimento de que não ia ser um retorno legal, o cartão recusado foi um sinal de que teria problemas. Mas não queria pensar nisso durante minha estada no Chile, aos problemas darei uma pausa de uma semana.
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OBSERVAÇÃO: Como ainda o livro está em processo de escrita, o texto acima pode ser alterado, sempre que isto acontecer deixarei sinalizado. O texto ainda não foi revisado por um profissional especializado, o que estou postando aqui é o manuscrito.
Aceito sugestões e criticas, são muito bem vindas.
Os Capítulos serão postados semanalmente, caso ocorra algum imprevisto eu aviso nos perfis oficiais.
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